Veja por que os ativistas do Greenpeace cobriram a casa de Rishi Sunak com tecido preto

Quatro alpinistas do Greenpeace cobriram a mansão de Rishi Sunak em North Yorkshire, £ 2 milhões, em 200 metros quadrados de tecido preto petróleo.

Eles estão protestando contra os principais planos do governo para mais perfurações de petróleo e gás no Mar do Norte, durante um verão de crescentes impactos climáticos.

O governo de Sunak tem sido fortemente criticado por levar adiante os planos de distribuir cerca de 100 novas licenças de petróleo e gás no Mar do Norte.

O governo também está a decidir se aprova a perfuração de petróleo em Rosebank – o maior campo petrolífero não desenvolvido no Mar do Norte. E Rishi Sunak disse que acha que deveria ir em frente.

O novo petróleo seria catastrófico para o clima e não reduzirá as contas de energia nem aumentará a nossa segurança energética.

Então estamos no telhado de @RishiSunak para fazer uma pergunta simples:

De que lado você está - os lucros das grandes empresas petrolíferas ou nosso futuro em um planeta habitável? #StopRosebank #NoNewOil pic.twitter.com/vmBIHcurbh

– Greenpeace Reino Unido (@GreenpeaceUK) 3 de agosto de 2023

A exploração de novo petróleo no Mar do Norte não contribuirá em nada para aumentar a nossa segurança energética, nem para reduzir as contas das pessoas. Só um compromisso com as energias renováveis ​​e a eficiência energética pode fazê-lo.

Quando o petróleo é extraído do Mar do Norte, 80% é exportado. O Reino Unido terá de comprá-lo de volta ao preço do mercado internacional.

Isto acontece porque o petróleo em Rosebank e noutras partes do Mar do Norte não pertence ao governo britânico, nem ao público.

Pertence às empresas que obtêm licença para perfurar. E eles vão vendê-lo ao licitante com lance mais alto (que geralmente é outro país).

O Rosebank, por exemplo, beneficiará apenas um punhado de acionistas de combustíveis fósseis. No ano passado, a Equinor obteve lucros de US$ 28,7 bilhões.

Isso não é o pior. Embora o público do Reino Unido não beneficie, os contribuintes continuarão a pagar 91% dos custos de desenvolvimento, através de subsídios governamentais.

Rosebank fica a 80 milhas da costa das Shetland, no Atlântico Norte. A gigante petrolífera norueguesa Equinor apresentou um pedido para desenvolver o campo, com a ajuda de subsídios do governo do Reino Unido.

Se o Rosebank avançar, a Equinor receberá, na prática, £3,75 mil milhões de dinheiro público do Reino Unido para desenvolver o campo – enquanto muitos de nós lutamos para sobreviver.

Mas a perfuração em Rosebank e noutros campos no Mar do Norte será catastrófica para o clima e um péssimo negócio para o público britânico. Os lucros irão para a indústria petrolífera.

Queimar todo o petróleo e gás de Rosebank seria um desastre para o clima. Criaria mais poluição por CO2 do que as emissões anuais combinadas de todos os 28 países de rendimento mais baixo do mundo, segundo dados do Banco Mundial.

A Agência Internacional de Energia deixa claro que não deve haver investimento em novos campos de petróleo e gás (que ainda não estejam em desenvolvimento em 2021) se o mundo quiser cumprir os objectivos do Acordo de Paris.

O IPCC também afirmou que os projectos existentes de combustíveis fósseis são suficientes para ultrapassar o limite acordado internacionalmente de 1,5ºC.

Adicionar novos fornecimentos de petróleo provenientes do Mar do Norte irá aproximar-nos de partes do nosso mundo que se tornarão inabitáveis.

O governo deve comprometer-se a acabar com todos os novos projectos de petróleo e gás.

De acordo com uma nova investigação da Unidade de Inteligência Energética e Climática, uma política de “não novos campos de petróleo e gás” no Mar do Norte eliminaria a quantidade equivalente de energia gerada por apenas um parque eólico offshore.

A disparada dos preços da energia no Inverno passado deveria ter sido um sinal de alerta.

A única forma de garantir um fornecimento seguro e acessível de energia ao Reino Unido é construir mais energia renovável, que temos a sorte de ter em abundância.

Existem 649 projetos eólicos e solares onshore no Reino Unido que já possuem permissão de planejamento. Se todos avançassem, economizariam mais gás do que importamos da Rússia.

649 projetos eólicos e solares onshore no Reino Unido *já possuem permissão de planejamento*, o que significa que poderiam ser construídos rapidamente

Se todos seguissem em frente, economizariam mais gás do que o que importamos atualmente da Rússia