A casa do líder britânico Rishi Sunak ficou preta por ativistas do Greenpeace que protestavam contra o "frenesi da perfuração" de petróleo

Por Emmet Lyons

3 de agosto de 2023 / 12h / CBS News

Londres – Ativistas climáticos cobriram a casa do primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, no norte da Inglaterra, com cerca de 200 metros de tecido preto na quinta-feira, em um protesto contra a política do governo britânico em relação à perfuração de petróleo.

A organização de defesa ambiental Greenpeace disse nas redes sociais que os ativistas estavam "no telhado da mansão de Rishi Sunak, cobrindo-a com 200 metros de tecido preto oleoso para mostrar as consequências perigosas de um novo frenesi de perfuração".

A postagem do Greenpeace foi acompanhada por uma foto mostrando ativistas com capacetes e coletes de segurança amarelos brilhantes no topo da casa, que estava completamente coberta pelo pano preto. Dois outros ativistas foram fotografados em frente à casa com uma faixa com a legenda: “Rishi Sunak – lucros do petróleo ou nosso futuro?”

Em um comunicado, a Polícia de North Yorkshire disse que os policiais estavam “respondendo a relatos de atividades de protesto em uma propriedade em Kirby Sigston” e “administrando a situação”.

Em reação ao protesto do Greenpeace na casa do primeiro-ministro, uma fonte do escritório de Sunak em Londres, 10 Downing Street, disse à CBS News que o governo do Reino Unido "não pediria desculpas por adotar a abordagem correta para garantir a nossa segurança energética, usando os recursos que temos aqui em casa para que nunca dependamos de agressores como Putin para a nossa energia."

“Também estamos investindo em energias renováveis e nossa abordagem apoia milhares de empregos britânicos”, disse a fonte.

O protesto ocorreu dias depois de Sunak ter anunciado que o seu governo estava a aprovar centenas de novas licenças comerciais para permitir às empresas extrair petróleo e gás do Mar do Norte, uma política que ele defendeu como vital para a segurança nacional britânica.

"Todos testemunhamos como Putin manipulou e transformou a energia em armas - interrompendo o fornecimento e paralisando o crescimento em países de todo o mundo. Agora, mais do que nunca, é vital que reforcemos a nossa segurança energética", disse o primeiro-ministro na segunda-feira. Sunak também sugeriu anteriormente que o seu governo poderá conceder às empresas de combustíveis fósseis acesso a Rosebank, o maior campo petrolífero inexplorado do Reino Unido, apesar da feroz oposição dos defensores do ambiente.

Numa publicação publicada na quinta-feira no seu website, a Greenpeace afirmou que "a exploração de novo petróleo no Mar do Norte não contribuirá em nada para aumentar a nossa segurança energética, nem para reduzir as contas das pessoas. Só um compromisso com as energias renováveis e a eficiência energética o poderá fazer".

"A perfuração em Rosebank e outros campos no Mar do Norte será catastrófica para o clima e um péssimo negócio para o público britânico. Os lucros irão para a indústria petrolífera", afirmou a Greenpeace no seu blog.

Publicado pela primeira vez em 3 de agosto de 2023/07h21